Mudanças nunca são fáceis para
NINGUEM! Ainda mais quando as pessoas mudam a maneira de te olhar após isso.
Pois é, essa é a história de Ludo, um garoto do segundo ano, que é expulso do
colégio após transar com sua ex-namorada e acaba em um colégio “alternativo”, o
Colégio Pentagrama. Mas não é só isso, depois de um tempo na escola ele se vê
no meio de vampiros, lobisomens e zumbis.
O livro é bem interativo, e o
fato da narração ser em primeira pessoa faz com que você possa lutar pela causa
da personagem, e entender melhor o que ele está sentindo. Algumas vezes você
também se sente atingido pelo deboche: “nulidade”, ou até mesmo zangado com
alguns personagens que implicam com o Ludovique (Ludo) durante a história.
Cada personagem no livro tem
uma característica marcante que faz com que se diferencie psicologicamente dos
demais. Como por exemplo, a mãe da namoradinha do Ludo, que é sempre muito
nervosa, e tenta disfarçar os ataques da filha.
Se você já leu outros livros do Santiago, poderá perceber que ele faz
referências a dois deles durante “Garotos Malditos”. O trecho que inicia a
parte um do livro (por sinal outro aspecto positivo do livro a divisão em três
partes) é a seguinte: “Eu me deitava na cama, sem conseguir dormir. Nem
adiantava pensar em jacarés assassinos e maníacos seriais a perspectiva da
escola era mais assustadora.” Ao mencionar jacarés assassinos ele nos faz
lembrar o personagem principal de seu livro “Mastigando Humanos” de dois mil e
seis, já ao falar de maníacos seriais, ele no remete a professora vilã de seu
outro livro “O prédio, o tédio e o menino cego”.
Outra façanha do autor foi
ter criado um vinculo linguístico com o publico adolescente, fazendo recurso de
expressões de internet para expressar risos, como “hehehe”.
O Santiago te faz dar
gargalhadas nesse livro em diversos momentos, como nas aparições do Padre Fábio
Júnior, e também com o personagem Dominique, ou simplesmente Domi, que se
interessa por Ludo ao perceber o seu jeito “delicado”. Algumas pessoas poderiam
tratar a rejeição do Ludo ao Domi como preconceito, mas eu (que sou totalmente
anti-homofobia) não vejo desta maneira, é mais a opinião da personagem que
queria se dar bem no colégio novo ao invés de ficar com fama de “veado”.
O livro foi publicado pela
editora Record com o selo “Galera”, e eu achei uma boa edição, sem falar das
ilustrações feitas pelo João Lestrenge que enriquecem o texto e te deixam
ansioso para ver no inicio dos capítulos um novo e belo desenho.
Você DEVE ler "Garotos malditos e acompanhar mais uma das histórias bem
feitas do Nazarian!
Nota de uma a dez: 8
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